Cidade dinamarquesa usará água do mar para se aquecer no inverno

Aarhus criou um sistema de calefação mais sustentável, que dispensa o uso de carvão para gerar calor; inicialmente, a estrutura abastecerá um bairro

16 de janeiro de 2020 3 minutos
Europeanway

Em breve, uma parte da população de Aarhus, na Dinamarca, não precisará mais de combustíveis fósseis, como carvão ou óleo, para se aquecer no inverno. A cidade acaba de colocar em operação o maior sistema de aquecimento urbano do país a ser abastecido com água do mar.

O sistema será utilizado na Ilha de Aarhus, um bairro próximo do centro da cidade que está sendo desenvolvido a partir da revitalização de uma área próxima ao cais do porto (na imagem, uma concepção artística da área). Quando estiver concluído, o bairro terá capacidade de abrigar até 12 mil moradores.

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Para colocar a estrutura em funcionamento, o sistema vai retirar a água da baía de Aarhus e levá-la até um tanque de cinco metros de altura. Nele, câmaras de pressão vão gerar o calor por meio de mudanças de pressão e temperatura. Encerrada essa etapa, o calor é levado às residências e pontos comerciais por meio de dutos subterrâneos, enquanto a água utilizada no mecanismo é devolvida à baía.

Sistemas de aquecimento urbano que funcionam com água do mar não são inéditos, mas sua implantação muitas vezes é descartada por causa do alto custo. Explica-se: água do mar pode ser um bem gratuito, mas o funcionamento do sistema exige muita energia elétrica.

Nesse quesito, Aarhus, a segunda maior cidade dinamarquesa, com 270 mil habitantes, conta com um "trunfo verde": o alto uso de energia sustentável no país. Com a energia eólica respondendo por quase metade da matriz energética da Dinamarca, em épocas de bons ventos, a energia fica muito barata no país, explica Lasse Sørensen, gerente de desenvolvimento de negócios da Waste Heating Aarhus, empresa responsável pela gestão de resíduos e geração de aquecimento da cidade.

"Em Aarhus, nosso aquecimento urbano já é em grande parte sustentável, já que substituímos o carvão pela biomassa, mas, a longo prazo, gostaríamos de queimar ainda menos material orgânico", disse ele à emissora pública DR Nyheder. "Esse é o primeiro passo para uma transição verde de nosso sistema de geração de calor."

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